Política internacional

Brasil altivo x Brasil servil

Na mesma semana em que Lula fez seu discurso no Itamaraty confirmando que o Brasil não é mais coadjuvante no cenário internacional, Serra anuncia suas pretensões servis, em discurso nas terras mineiras de Belo Horizonte.

Lula discursa à turma de formandos do Instituto Rio Branco, ontem, e assinalava a mudança da qual seu governo foi protagonista nos últimos anos na política internacional. Hoje, as ditas nações subdesenvolvidas ou emergentes ocupam espaço de destaque no mundo, fomentando debates inéditos e propondo soluções inovadoras que fogem à receita pronta das grandes potências.

Lula apontava para o fortalecimento das relações multilaterais, do diálogo e cooperação regional – sobretudo na América Latina onde a liderança brasileira se afirma paulatinamente.

Serra, num exemplo formidável de elucidação didática, expôs o seu (tucano) ponto de vista sobre as relações internacionais. Defendeu que o Mercosul é uma barreira pro país. Ele quer o retorno da diplomacia da era FHC, que levou o país a notáveis níveis de submissão e dependência. Ainda, disse que o BNDES não devia atuar fora dos momentos de crise em fusões e fomento. Seu discurso foi feito na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais.

Poucas vezes podemos ver agendas distintas se apresentando com tanto clareza naquilo que divergem. Um olhar atento desnuda o que está em jogo nas eleições de outubro.

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