A equipe do Portal da Construindo um Novo Brasil está realizando uma rodada de entrevistas com alguns presidentes estaduais do PT. Publico abaixo a íntegra da entrevista, que está na rede hoje.
CNB - Quais as primeiras ações que serão implementadas pela direção estadual?
Geraldão - Em primeiro lugar é preciso unificar e fortalecer o PT-RN. Para isso, a busca do consenso progressivo é fundamental e uma tarefa que é de todos os dirigentes e das correntes que compõem o partido no estado. Reestruturar os Diretórios Municipais de Natal e Mossoró, na perspectiva de uma maior presença nos movimentos sociais e nas eleições de 2008. Também necessitamos retomar a política de Pólos e buscar a viabilidade financeira para projetos de formação política, bem como do funcionamento dos setoriais.
CNB - Como o PT deve se preparar, no Estado, para as eleições municipais?
Geraldão - A perspectiva é nos apropriarmos das ações do Governo LULA e aproveitar o processo eleitoral para ampliar a construção partidária. NO PED 2007 tivemos apenas 5200 filiados aptos a exercer a cidadania petista. Certamente, existem muito mais petistas em todo o estado, por isso, podemos sim aproveitar as eleições municipais para fazer uma ampla campanha de filiação. Duas propostas movem-nos na preparação de 2008: a caravana potiguar e a preparação dos candidatos (as). A Caravana Potiguar é a proposta de discutirmos nos dez pólos regionais, as ações institucionais e a participação do PT nos movimentos sociais em cada região. A preparação dos candidatos visa dotá-los de um programa mínimo para que o PT apresente à população de cada cidade onde concorrerá às eleições em 2008.
CNB - Com o surgimento de novas demandas a serem superadas nas cidades, como o crescimento da população nas periferias, as questões ambientais e de mobilidade urbana, você acredita que "o modo petista de governar" deve ser reavaliado para abranger esses novos desafios?
Geraldão - No método e na dimensão pedagógica de construção coletiva não devemos mexer. Defendo que atualizemos nosso modo petista à realidade imposta pelos novos desafios do século XXI. Acrescentaria o mundo virtual, a questão da segurança, o respeito à individualidade, novas mídias, inclusão digital, geoprocessamento como gerenciador, público, o papel da gestão municipal, enfim, muitos aspectos que podemos e devemos enfrentar como novos problemas.
CNB - Com a possibilidade de alguns partidos de esquerda, que normalmente mantiveram alianças conosco, formarem uma frente independente nas próximas eleições, como você avalia uma aliança, no Estado, com outros partidos da base aliada no governo federal?
Geraldão - Aqui no RN, o PT tinha uma cultura isolacionista e muitas vezes nos orgulhávamos de “chapas puro sangue”. A chegada de LULA ao Governo Federal nos levou a repensar nossa prática. Pela primeira vez, em 2006, não tivemos candidato majoritário e nos coligamos com PSB/PC do B e outra série de legendas menores. A participação do PMDB no segundo governo LULA ampliou a base de sustentação do governo. Assim, acredito que estaremos em muitas cidades coligados com PSB, PC do B e PMDB, juntos ou separados. Vamos trabalhar para que a base aliada do governo federal esteja unida onde for possível, pois 2008 prepara 2010.
CNB - O que pode ser feito, no Estado, para melhorarmos a nossa relação com os movimentos sociais?
Geraldão - Primeiro, é preciso repensar nossa atuação e divulgarmos as ações do Governo LULA, mantendo nossa independência. Em todos os movimentos sociais há petistas, mas não há a presença do PT. Precisamos recorrer aos setoriais, elencar os calendários das mobilizações e utilizarmos nossos símbolos: bandeiras, estrelinhas e a presença dos dirigentes.
CNB - O 3° Congresso chamou o primeiro Encontro Nacional da Juventude e muito tem se discutido sobre a formatação da juventude no PT. Qual o papel da juventude na instância partidária e como acompanhar e mobilizar os jovens para o Congresso da Juventude no Estado?
Geraldão - Aí está a grande prioridade do nosso mandato 2008-2009. Sou da opinião de que a Juventude deve ter sua própria forma organizativa, a JPT. Por isso estamos programando quatro festivais da juventude petista no estado, com forma e caráter a serem definidos pelos próprios companheiros que hoje compõem o setorial. Precisamos divulgar e ganhar o conjunto do partido para um PACTO GERACIONAL onde o jovem petista seja protagonista das ações e das políticas do PT.
CNB - Em 2010, pela primeira vez em 21 anos, não teremos Lula como candidato à presidência da República, porém o PT deverá apresentar um nome para a disputa eleitoral. Como devemos construir esse nome?
Geraldão - Precisamos aprofundar o debate sobre o Brasil que queremos na próxima década. A partir daí, construir um nome que unifique esse projeto. LULA já é uma parte importante da história do Brasil, não encontraremos outro retirante nordestino, operário mutilado, dirigente sindical e militante político que enfrentou a ditadura militar, esteve nas diretas, no maior sindicato latino-americano e fundou o maior partido de esquerda da América do Sul. Nem encontraremos nem a nova realidade está a exigir que assim o façamos. Pelo contrário, para reencontrar o caminho entre nosso povo e a nação a ser construída, temos que pensar em um nome que sintetize os novos problemas. Que enfrente a questão da integração continental, a questão energética e ambiental, as questões de gênero e de geração. O mundo é interativo, midiático e internético no século XXI. Qual petista ou nosso aliado encarna estas virtudes necessárias? Trabalhemos e construamos a resposta.
Nenhum comentário :
Postar um comentário