Hoje 30 de maio é Dia
do Geólogo.
Uma profissão
que se ocupa do tempo e do espaço para além das percepções do senso comum.
O tempo para o
geólogo é compreendido em bilhões de anos, e a representação sísmica de um
milissegundo pode ser de milhões de anos. As dimensões espaciais são de
anos-luz, ou de centímetros.
Mas reside na
arte de buscar entender os processos da formação deste lindo planeta azul a
saga da Geologia. Desde a origem do planeta. Passando pelas rochas e seres que
o habitaram e habitam.
Nesta
empreitada não faltam resistências diárias na luta contra os consensos
pré-estabelecidos. A começar pelo tempo, afinal enfrentamos a palavra divina ao
dizer que o mundo não foi criado em sete dias, que Moisés não atravessou o Mar
Vermelho e que as intempéries não são castigos e sim reflexos de forças em movimento
contínuo.
Mas não é só
na discussão epistemológica que encontramos as barreiras, que por vezes nos
levam a contenciosos. No cotidiano, o exercício de ser Geólogo acaba levando o
profissional a criar opositores, sejam eles das elites políticas e econômicas,
sejam do povo pobre que vive nas ribeirinhas ou nas encostas dos morros.
Quando nossos
estudos apontam para a possibilidades de catástrofes, como erupções vulcânicas,
terremotos, tsunamis, enchentes, deslizamentos de terra, o comportamento vai de
um extremo a outro. Inicialmente, quando apontamos as previsões, a descrença é
total, muitas vezes o profissional não consegue convencer a própria casa
(esposa, filhos, familiares, vizinhos), depois do acontecido vem a cobrança:
por que não disse antes? Passa então a exigência imediata do senso comum querer
que nossas previsões tenham exatidão.
Nossa escala
de tempo é diferente, é em milhões de anos, onde mil anos não é nada. Ou então
nossos aparelhos são em parte por bilhão ou em milissegundos. Nosso campo de
estudo é em qualquer lugar que estivermos, nossa linguagem é diferente. Pedra é
rocha, areia é sedimento, pedrinha polida é seixo.
Mas sem o
exercício dessa maravilhosa ciência não conseguiríamos os recursos minerais indispensáveis
à vida moderna. Da areia e cal para construirmos as edificações, ao ferro e
petróleo para os carros, do gás natural para as termelétricas ao estudo de
impacto das hidrelétricas para gerar a energia das casas.
Todavia reside
em nossos estudos a mais nobre das funções de uma ciência: preservar este lindo
planeta em que habitamos. Ainda que muitas vezes nossas ideias enfrentem o
descrédito, não consigam divulgação na grande mídia, enfrentem os credos
religiosos estabelecidos, contradigam o excesso de esclarecimento das elites
políticas e econômicas e a falta de esclarecimento da população, nós estaremos
lá, com nossos martelos e bússolas para orientar e quebrar os preconceitos e
estabelecer novos paradigmas.
Parabéns
colega Geólogo!
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