Políticas de Reconhecimento

Compartilho a tradução do artigo do filósofo espanhol Daniel Innerarity a partir do sítio http://filosofiacontemporanea.wordpress.com, escrito no blog Raison Publique sobre o reconhecimento como um novo paradigma para analisar a realidade social e política. Explica Innerarity:

Há tempos, em todos os campos, desde o doméstico e local até o plano internacional, se abre espaço para um novo eixo que tem a ver com a identidade em torno da qual surgem novos tipos de inquietações sociais e a partir da qual se articulam os projetos coletivos. Novos assuntos irrompem na agenda política e se superpõem a tradicional polarização ideológica. O campo do jogo político está repleto de vozes diferentes, e novos atores aspiram a fazer-se valer com os mesmos direitos que os protagonistas estabelecidos. Entre eles estão as mulheres, outras culturas, as vítimas, os governos subestatais, as minorias étnicas, as sexualidades diferentes, as línguas minoritárias.

O panorama se complica, certamente, o que muitos lamentarão, porém também é uma ocasião para que ajustemos nossos critérios de justiça e representação. Surge um novo espaço de atores e assuntos que põem em questão a coincidência da política institucionalizada e a sociedade real, impugnando nossos sistemas de representação, a suposta coincidência da identidade nacional e a autoridade política o a insuficiência da governança mundil em seu formato atual.

Originalmente sugerido por Axel Honneth, que se inspirou na famosa passagem de Hegel na Fenomenologia do Espírito, o conceito foi adotado e modificado por diversos pensadores contemporâneos.

Neste curto ensaio, Innerarty explica os conceitos em jogo, como se situam frente a outros paradigmas do social ("distribuição versus reconhecimento"), e porque é inevitável levar em conta esta dimensão do social para enfrentar os problemas contemporâneos a nível nacional e internacional.

E sobre o mesmo tema, Fabrice Flipo comenta no sitio Mouvements o livro La reconnaissance aujourd'hui sous la direction (A atualidade do eixo do Reconhecimento), de A. Caillé et Ch. Lazzeri, CNRS éditions, 2009, baseado em um congresso realizado em 2005 pela Universidad de Paris Oeste ("Nannterre").

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