NEM ALIADOFILIA, NEM ALIADOFOBIA ( III )

Recorro a algumas respostas, dentre elas a dada pelo Deputado Fernando Mineiro[3], dirigente histórico do PT e meu companheiro da tendência Construindo um Novo Brasil. A despeito de utilizar o método de citar algumas partes, dou o inteiro teor do seu texto, para evitar que o leitor pense tratar-se de pinçamentos que possam distorcer seu conteúdo. Destaco do texto:

“Circunstâncias políticas muito particulares fizeram com que o PT de Natal protagonizasse a mais ampla aliança partidária da história eleitoral contemporânea de nossa cidade.
(...)
Para além das diferenças e divergências locais, falou mais alto a unidade política em torno de um projeto de caráter marcadamente nacional, agora em 2008 e em 2010.
(...)
muda o azimute da disputa eleitoral deste ano, com fortes reflexos e compromissos nos embates de 2010.
(...)
Para além das resistências, das dificuldades, dos atropelamentos das dinâmicas partidárias e dos caminhos tortuosos seguidos até chegarmos aqui, importa agora ressaltarmos a positividade e a importância dessa aliança e a grandeza das atitudes de renúncias das lideranças dos todos partidos envolvidos neste projeto.

A unificação das direções partidárias em torno de um mesmo projeto é o passo inicial. E que passo foi dado ao conquistarmos a unidade das principais lideranças da base aliada do Presidente Lula! Agora, precisamos conquistar a sociedade natalense. E para isto é necessário que a unidade alcançada nas cúpulas partidárias se capilarize e se reproduza nas nossas bases de apoio, em cada bairro e cada rua de Natal.
(...)
Mas o desafio de colocar o bloco na rua não é só de Fátima Bezerra. É de cada um (a) e de todos (as) nós.

Estes destaques têm minha plena concordância por apontar o sentido de uma ALIANÇA POLÍTICA entre três partidos PT-PMDB-PSB, no rumo de incorporar outros atores para sua ampliação, além do prefeito Carlos Eduardo, PC do B, PRB, PSC e PTN.
Trazendo a definição de Bobbio para a prática, a aliança se estabelece por termos comunhão do interesse em continuar a governar a cidade e por termos adversários comuns em 2008 e 2010 (PSDB e DEM). Os interesses imediatos podem tomar ou não proporções que prolonguem a aliança no tempo. Todos sabem o que significa para o projeto nacional do PT derrotar o DEM em Mossoró e depois enfrentar a direita carcomida expressa por José Agripino em 2010, que reconfigura o Senado.
Destarte, não nos cabe titubear.
Não concordo com a ALIADOFILIA, que imponha uma visão acrítica sobre o lastimável papel desempenhado ultimamente pela Câmara dos Vereadores de Natal, que resultou na Operação Impacto . Nosso partido deve continuar lutando para que haja apuração rigorosa e que seja plenamente esclarecida a situação, apuradas as responsabilidades e tomadas as devidas providências.
Também discordo da ALIADOFOBIA dos que se imputam a vestal da moralidade anti- “Operação Impacto” para discordar da aliança sob o argumento de que ajudaremos a eleger os responsáveis e manchar nossa luta.
Ora companheiros, estamos diante de uma aliança entre agremiações políticas e não entre indivíduos. Não é um ACORDÃO fruto da união de GARIBALDI-VILMA-HENRIQUE-FÁTIMA-CARLOS EDUARDO, como quer fazer crer o reducionismo midiático anti-petista. Cada partido tem suas responsabilidades e vai exercê-la. Além de essas próprias figuras terem as responsabilidades delas mesmas.
Outro argumento importante é sobre o número de votos para que se elejam nesta coligações, pois qualquer petista necessitará no mínimo de ter entre 6 e 8 mil votos para conquistar uma cadeira na câmara municipal.
Ora pois, qual então o caminho a tomar?
POSICIONO-ME pela aliança PT-PMDB-PSB-PRB-PC do B-PTN-PSC, que tem um exigência de Rogério Marinho e dos atuais vereadores do PSB de Natal, para que haja uma coligação PT-PSB-PMDB na chapa proporcional. O vereador Lucena (PT) já se mostrou publicamente favorável, o vereador Júnior Rodoviário é contrário, mas discute sua posição com a candidata.
Nosso posicionamento tem que ter o significado de não sermos um empecilho à vitória do PT, porém não significa abrirmos mão do combate aos acontecimentos da operação impacto. Nossa resolução deve apontar para isso claramente, ao mesmo tempo devolver a exigência à uma coordenação da aliança que:
1- não registre a candidatura dos indiciados na Operação Impacto;
2- cada partido resguarde seu próprio tempo de TV;
3- desligue o proporcional que não fizer campanha da majoritária.


Geraldo PintoNatal, 20 de maio de 2008-05-20

[3] A VEZ DO PT EM NATAL artigo postado em 06/05/2008 publicado neste blog, extraído do site www.mineiropt.com.br

Um comentário :

Anônimo disse...

Caro Companheiro, Geraldão

Nem aliançofolista e nem aliançofobista, apenas um militante a moda antiga que vê neste contexto,uma imensa preocupação com nosso futuro, veja só, apesar da ultima resolução do nosso partido sobre a aliança na proporcional o grupo de Rogerio Marinho agora diz que a decisão já vem tarde,Por que será??? outra questão diz respeito a base, como unificar em torno da candidatura elementos tão distintos óleo, água e areia ???? sim é importante a unificação da base aliada do governo Lula,porém penso que devemos construi-la num processo de permanente dialogo com nosso mais valioso material humano: a militancia,no dizer do grande Noberto Bobio, falando acerca da democracia.

Carlinhos