Há mesmo uma grande vocação conservadora em certos meios de comunicação de nosso país, mesmo quando a notícia trata de política internacional. Pelo que vi nos principais noticiários de ontem pra hoje, fui levado a crer que Hillary estaria em ascensão, a caminho da virada em cima de Barack Obama. Mas os números dizem outra coisa.
Obama tem atualmente algo em torno de 150 delegados de vantagem sobre sua rival, a ex primeira-dama Clinton. 150, meus amigos. Num processo onde é preciso obter 2.025 votos para assegurar a indicação pode não ser uma diferença decisiva, mas já indica uma vitória muito provável. Sobretudo, se considerarmos que agora restam apenas pequenos estados por votar, cujas delegações terão pouco peso no resultado final. Ainda, Obama é franco favorito nas próximas primárias, na Carolina do Norte, dia 06 próximo. O portal Pollster.com aponta Obama com 54.9%, contra 35.5% das intenções de voto para Hillary.
Mas afinal, qual foi exatamente a vantagem de Clinton nas primárias da Pensilvânia? Entre 6 e 7 delegados. Muito pouco para tem que reverter uma maioria de cerca de 150 delegados de Obama.
Outro fator importante de se ter em vista é perfil do eleitorado que deu a vitória a Clinton: donos de arma e religiosos, segundo analistas norte-americanos, com corroboração do CNN Politics. Na medida em que o processo se aproxima de seu final as contradições que lhe são inerentes afloram. Vemos que não se trata de uma simples disputa entre um negro e uma mulher, como se tem acreditado, ou tentado fazer crer. Concepções de poder relativamente distantes e a tentativa de perpetrar uma hegemonia familiar de mais de duas décadas estão em jogo. Não é a toa que Clinton dispara entre os eleitores mais conservadores enquanto Obama nada de braçadas entre as parcelas mais progressistas e liberais da política americana.
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