Genoíno: O PT tem direção e tem rumo

Transcrevo artigo do José Genoíno, referente ao lançamento da candidatura do Dutra, ao qual também estive presente.


O PT tem direção e tem rumo

Na última terça, dia 25, participei, aqui em Brasília, do ato de lançamento da candidatura de José Eduardo Dutra para a presidência nacional do PT. Para o desalento da oposição e de setores da mídia foi um ato onde a unidade (demonstrada na presença, inclusive, de outros candidatos) e o vigor do PT deram o tom. Nos discursos, nas conversas na platéia e em todos os semblantes era visível a força e a energia combativa características da militância petista. Todos saíram do encontro com a convicção de que nosso partido tem uma direção coesa e um norte definido.
Embalado por estas certezas ocupei a tribuna da Câmara, na quarta-feira, dia 26, para defender o PT dos ataques sistemáticos que vem sofrendo nestas últimas semanas.
Deixei claro que a razão para o ódio e aversão de setores da mídia e da oposição ao PT vem do fato de termos um projeto que está consolidando no Brasil uma forma de conceber o estado antagônica daquela que esteve no poder até 2002. Esse projeto “pode ser muito bem simbolizado pelo lema: "Mais Brasil para mais brasileiros". O que estamos realizando nesses 6 anos e 8 meses de governo Lula é exatamente o projeto de mais Brasil para mais brasileiros” disse.
Hoje, os mesmos que antes criticavam a estreiteza do PT e diziam que “o PT não pode chegar ao poder porque não sabe fazer aliança, agora nos criticam porque fazemos alianças. As alianças são meios. São necessárias para que na democracia existam maiorias políticas, além de serem um meio para viabilizar projetos estratégicos e políticas públicas essenciais. Foi assim que votamos na Câmara as medidas necessárias para enfrentar a crise.”
Lembrei também do nosso respeito às instituições. “Partiu da bancada do PT, com o apoio de sua presidência, o parecer engavetando qualquer aventura ou especulação sobre o terceiro mandato.” No entanto, hoje a oposição e a imprensa, que tanto cobraram do Evo Morales e do Chaves respeito a democracia e as instituições, estão caladas frente a possibilidade de um terceiro mandato para Uribe. “Não se tem notícia de um editorial e a oposição se cala.”
Reafirmei minha convicção de que não se pode demonizar a política, “não é este o caminho. Muitos demonizam a política porque não desejam uma reforma estrutural em nosso sistema político. Nós queremos fazer uma reforma estrutural e temos clareza de que é uma necessidade — e esse é um compromisso do nosso partido. Queremos fazer um debate sobre reforma política. Vamos discutir o papel revisor do Senado, a mudança estrutural do Senado, a reforma administrativa na Câmara, mas não pelo caminho da demonização das pessoas. O que estava em jogo no Senado era o domínio político daquela Casa para ali se construir um bunker de oposição ao Governo Lula.”
Após apartes de outros deputados, finalizei o pronunciamento dizendo que as lideranças que deixam o PT não estão deixando por causa de suas biografias. Estão deixando porque buscam outros projetos, outros caminhos. Devemos deixar claro para a oposição partidária e para alguns articulistas e editorialistas, que o debate prá valer é “sobre a ordem econômica, sobre as políticas sociais, sobre a educação, sobre a política externa, sobre os bancos públicos, sobre as estatuais, sobre o pré-sal.” Este é o verdadeiro debate.
Por isso, não aceitamos o “debate macartista e preconceituoso, que alguns editoriais e articulistas” tentam provocar. Lançaram agora a ideia de que o “Lula está engolindo o PT, o Lula está mandando no PT, o Lula está tratorando o PT. Esses críticos não entendem que nós construímos uma maioria política para disputar a eleição e que há os sujeitos políticos: PT, Lula, governo, movimentos sociais e aliados. Não existe Lula sem PT e nem PT sem Lula.”

Abraços

José Genoino

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